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Mulheres que inspiram: Histórias de sucesso no Extrajudicial

No mês das mulheres, a Anoreg/PB traz a história de Anna Cecília Guedes, Cláudia Marques e Viviane Braga, exemplos da nova geração de mulheres líderes

No vibrante cenário dos cartórios paraibanos, as mulheres estão deixando sua marca de forma inigualável. Um levantamento inédito promovido pela Associação dos Notários e Registradores da Paraíba (Anoreg/PB) revela uma revolução em curso, onde 52% das 433 unidades são lideradas por mulheres, contrastando com os 38,6% administrados por homens, enquanto 9,5% optaram por não declarar seu gênero.

Seguindo esses números, as mulheres têm emergido como protagonistas inegáveis, moldando um novo paradigma na arena profissional outrora dominada pelos homens. Entre as vozes inspiradoras que ecoam nesse cenário, destacam-se Anna Cecília Guedes de Farias Cunha, Cláudia Cristina Lima Marques e Viviane Braga, cujas histórias refletem a resiliência e a determinação que caracterizam a jornada feminina nesse setor.

Para Anna Cecília Guedes, que atualmente assume o cargo de 2ª vice-presidente da Associação de Notários e Registradores da Paraíba (Anoreg/PB), sua trajetória foi marcada por uma jornada de perseverança e amadurecimento. Sua transição da advocacia para o extrajudicial, culminando na realização do sonho de exercer sua atividade na Paraíba, é um testemunho vivo da crescente presença feminina no campo. Como ela mesma coloca, “fazer parte da atual gestão da Anoreg/PB é uma satisfação e ao mesmo tempo uma responsabilidade que tem nos motivado”.

Ao refletir sobre o papel das mulheres no setor extrajudicial, Anna Cecília destaca a evolução contínua impulsionada pelo acesso equitativo proporcionado pelos concursos públicos. “Acredito que o concurso público, de uma maneira geral, traz uma ideia de equidade no acesso às delegações que faz com que se observe na atividade notarial e registral uma paulatina remodelação de sua feição em todo o país. Ou seja, se num passado não muito remoto existia uma superioridade da presença masculina à frente das Serventias, hoje isso não mais parece acontecer. O acesso por concurso, paulatinamente, tem trazido uma nova identidade para as instituições em que a mulher tem seu espaço e tem um horizonte de emancipação diuturna deste espaço”, afirma.

Anna Cecília ainda pontua a importância de a instituição conhecer a realidade de milhares de serventias capilarizadas pelo país, principalmente regidas por mulheres delegatárias. “Saber onde estão as registradoras e as tabeliães, se há fragilidades no exercício de suas atividades e em que consistem estas dificuldades específicas, promover a produção de indicadores sobre diversidade de gênero no extrajudicial, em suma, mapear a atividade por gênero de modo a promover uma agenda vanguardista no país e contributiva da formação de uma classe cada vez mais consciente da importância de seu papel para o país e também de suas fragilidades e, reflexamente, cada vez mais engajada nas discussões institucionais que orbitam em torno da atividade”, complementa.

Paralelamente, Cláudia Marques, registradora de Imóveis e presidente da Associação dos Registradores de Imóveis do Estado da Paraíba (ARI/PB), é outra voz inspiradora nessa narrativa de progresso feminino. Sua história, que começou em 1986, reflete uma trajetória de pioneirismo e resiliência. “Entendo que minha luta e determinação lá atrás, pôde contribuir para que hoje, muitas mulheres possam seguir seus sonhos no extrajudicial.”

“Vejo que atualmente possuímos uma maior participação efetiva das mulheres nos serviços extrajudiciais. No primeiro concurso de cartórios extrajudiciais do TJPB muitas foram as que assumiram serventias no estado. Isso, para mim, é motivo de grande alegria, por saber que contribuí com a base feminina do extrajudicial no estado da Paraíba. Lá atrás éramos poucas, hoje já temos uma melhor participação feminina e para o futuro próximo, desejo que haja muito mais presença feminina nesse espaço tão importante para toda a sociedade”, afirma Cláudia.

A trajetória de Viviane Braga, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais da Paraíba (Arpen/PB), também chama a atenção e acende como um farol para as mulheres que desejam construir uma carreira de sucesso no campo extrajudicial da Paraíba. Filha do saudoso tabelião Francisco Velton Braga, herdou a paixão pelo Direito e, desde a graduação, dedicou-se à área, acumulando vasta experiência e conhecimento. Em 2021, Viviane Braga foi aprovada no primeiro concurso público de serventia extrajudicial do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), assumindo a titularidade da serventia de Pedra Branca. Sua jornada, porém, não se limitou ao cartório. Em 2023, fez história ao ser eleita, por unanimidade, a primeira presidente mulher da Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais da Paraíba (Arpen/PB).

Assim como as histórias de Anna Cecília e Cláudia, sua liderança marca uma nova era para a categoria, evidenciando a força e a competência das mulheres no setor. De acordo com Viviane, enfrentar os desafios diários dentro de um ambiente tradicionalmente masculino vem sendo fundamental para conquistar seu lugar de igualdade. “Como representante de uma categoria que compõem o extrajudicial, sou a porta voz, aquela que luta por melhorias para a classe, sempre buscando ouvir a todos para a consecução de um fim comum. Enfrentar desafios em um ambiente estritamente masculino tem sido uma jornada tentadora para mim. Ao permanecer firme em minha convicção e clareza, tenho conquistado meu lugar de igualdade nesse universo”, afirma.

A representatividade feminina também desempenha um papel fundamental na promoção da igualdade de gênero e no combate à discriminação dentro do sistema legal. Para Cláudia, essa é mais do que uma questão de números. “A presença da mulher em um serviço tão necessário para o bem-estar da sociedade é indispensável. A figura feminina precisa ser vista em posição de destaque, para que a sociedade compreenda que ela tem total liberdade de escolher onde deseja construir uma carreira profissional. É gratificante quando recebo de jovens, que estão descobrindo agora o mundo profissional, que estão se espelhando na minha trajetória profissional, para escolherem sua profissão. Isso é mágico! A mulher, a menina, a esposa, a mãe, a solteira, enfim, todas nós podemos contribuir com um serviço extrajudicial mais humano e mais completo”, pontua.

Mesmo com o crescimento, as barreiras enfrentadas pelas mulheres no campo extrajudicial não são ignoradas. Cláudia reconhece os desafios sociais que moldam o caminho das mulheres. A registradora afirma que “questões sociais são os maiores obstáculos enfrentados pelas mulheres no extrajudicial, como também para chegar, não só a cargos de liderança, mas também ao próprio mercado de trabalho. A mulher sempre foi vista como um sexo frágil, mesmo não sendo nada disso, com espaço mínimo para participar de cargos que a coloque em posição de liderança, sendo necessário se destacar mais que todos, para alcançar o reconhecimento”.

Além de Cláudia, Anna Cecília complementa. “Há, portanto, avanços a comemorar e desafios que têm relação direta com a tripla jornada a que a maioria das mulheres está submetida, ou seja, lidar com o trabalho, com os cuidados da família, com as ainda ocorrentes e lastimáveis situações de assédios nas suas várias formas e, enfim, com a busca pela garantia dos direitos conquistados pelas mulheres que por sua vez, deve ser uma das tônicas essenciais de qualquer instituição que se pretenda

Apesar dos obstáculos, o horizonte é promissor. Nesse contexto, Anna Cecília afirma que os concursos públicos têm sido a principal ferramenta para a equidade de gênero. “Dentre outros aspectos, além de servir como um mecanismo em prol de uma querida e positiva equidade de gênero, o concurso público tem a importância de possibilitar o acesso das mais variadas classes sociais, o que, em última análise, é um motor propulsor de melhoramento contínuo das instituições. Diria que nossa atividade é hoje um celeiro de profissionais competentes e se mostra um campo aberto para a continuidade desse processo de formação de uma nova identidade institucional, na qual as mulheres têm se destacado”, finaliza.

Além disso, Viviane oferece um amplo conselho para as mulheres que se inspiram em sua trajetória ou sentem insegurança ao ingressar em um ambiente predominantemente masculino. Em suas próprias palavras: “Diria a elas que confiem em si mesmas, em suas habilidades e capacidades. Que estabeleçam objetivos claros e persistam de forma consistente para alcançá-los. Que invistam continuamente em conhecimento. Que não hesitem em expressar suas opiniões e defender suas ideias. E, por fim, que cultivem resiliência para enfrentar falhas e contratempos.”

Em um estado que se destaca como exemplo de igualdade de gênero no cenário dos cartórios, a Paraíba mostra que o futuro é feminino. Essas mulheres não são apenas administradoras de cartórios; são líderes, visionárias e agentes de mudança. Seus feitos não apenas redefinem o setor extrajudicial, mas também inspiram futuras gerações de mulheres a perseguirem seus sonhos, desafiando limites e construindo um futuro mais igualitário e inclusivo.

Escrito por: Beatriz Aguiar

Fonte: Assessoria de Comunicação da Anoreg/PB

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